quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Depoimento: ÓDIO

Coisas assim é que me fazem morrer. Morrer não do modo literal, esse morrer é diferente, é morrer só um pouco por dentro. É perder o pouco de que ainda tenho na raça humana. Sei que não sei muito de coisas exatas. Na verdade eu sei quase nada. Eu só sei bagunçar, imaginar, desafiar... O problema de hoje é que tenho dois amores. Odeio dizer ‘amores’, odeio essa palavra. Odeio ‘amor’ e seus derivados. Acontece que tenho a sexualidade confusa, não sou gay nem hetero. Gostava de um garoto introvertido chamado Pedro. Isso durou semanas. Foi um amor intenso, porem solitário. Um amor platônico. Hoje estou entre ele e a Érica minha nova-atual paixão. Odeio também essa palavra ‘paixão’. Odeio tudo que tenta colocar sentimentos em palavras. Isso é impossível. Estou no quarto e posso ouvi-los enquanto ambos conversam (Pedro e Érica) sobre socialismo. Eles acabaram de fumar maconha e isso estimula a produção de filosofia barata. Ouço-os agora, falam sobre mim? O que será? Não me importo, cheguei a um ponto que já não me importo com muita coisa. Às vezes, quase sempre quero morrer. Acho até que escrevo já morto. Só eu e minha voz, a consciência. Só eu e o útero de idéias. Talvez seja ciúme de dois amores, terrores. Não sei o que sinto por cada um. Só sei que odeio ambos com a mesma força que quero devorá-los.


(esse texto foi originalmente postado em maio de 2009 no www.myspace.com/rafaelfrancobr em breve postarei material inédito aqui).


Escrito por Rafael Franco

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Lei da gravidade

Invejo ele por não ter aquele corpo. Por não ter aquela combinação entre olhos, nariz e boca. Por não receber tanta atenção. Invejo a pele, o sorriso, os braços e o tronco. Levo a sua morte em meus braços. A morte dele é previsível. Tudo que é e esta por aqui sofre as penas da lei da gravidade. Cuidado com a cabeça quando estiver sentado embaixo de uma árvore. O que de melhor tenho não está visível, talvez eu perca por isso. O que de melhor tenho não é perecível. Dispenso superfícies ocas porque um dia aqueles belos frutos maduros cairão.
Escrito por Rafael Franco

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

micro-conto ou frase?

As viagens que ele fazia nunca eram completas, deixava muito dele no ponto de partida.



















Escrito por Rafael Franco
Obra de Robert Rauschenberg

terça-feira, 15 de setembro de 2009

NUDEZ

Só. Quando nu fico. Silêncio de pêlos. Curvas de costelas. Prisão nasal. É onde deito. Solo água. Onde piso afundo. Completamente nu. Submerso esqueço. Até quando (?) o acaso (ou por acaso) acordar. Somente nu cru azul. O silêncio. O peito e os pêlos. É onde tudo mora: no silêncio. Onde a resposta aguarda. Por baixa d’água. O corpo fundo. As idéias boiando ou afundando se perdem. Eu silêncio. Eu nu de pensamentos. Eu deitado. Eu aberto ao mundo. Eu água. Eu vulnerável. Por isso ouço vozes. Desconstruo frases. Adquiro hábitos. Remexo baús. E quando só mergulho aqui.
Foto By Robert Mapplethorpe
Escrito por Rafael Franco

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Sou uma mão (fechada)

Um coração-punho

Equilibro sentenças


entre dúvidas

e certezas


Projeto meu olho

Cataliso meu imã

onde e por onde

absorvo e escolho

ás vezes falo em silêncio

e assisto o mundo pela fresta que Sou.




Escrito por Rafael Franco

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

TRANSBORDO

Mostro a face e o osso
Converto em frases
Me transformo em texto
Escureço só
Órgãos letra
Poema grito
Converto eu em nós
Me exprimo em contos
Tantos
Converto-me em nó

Desfaço tédio
Ardo
Falo quanto
Escorro quando
No canto
Parto
descanso
Paro
Nasço Instante
Novo corpo em contato
e se a voz trava
converto em frases
Caibo palavra
Transbordo em baldes...


T
R

A
N
S
B
O
R
D
O

E
M

F
R
A
S
E
S


Escrito por Rafael Franco

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O Fantasma

O fantasma que subia do chá quente era insistente. Subia quase-transparente. Dançando. Fazia curvas em si mesmo, formava cogumelos e mini tornados. Ele não bebeu. Não queria queimar os lábios. Assistiu em silêncio. Dentro o liquido escuro-avermelhado. Poderia sim dizer o que pensava, só assim... Respirou. Ela ali sentada ao seu lado, não ria. E por que riria? Talvez por ter o fantasma menor que o dele: o chá dela já estava frio.

Ela bebeu um gole.

Saiu.

Ele olhou, desviando os olhos de seu fantasma.

Não viu mais nada.


Escrito por Rafael Franco

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O Nada

O sorriso diz "oi" de braços abertos. Perto ou longe se sente é certo. Olhos tristes espremem tanto que dói e saí uma gotícula materializada de dor chamada lágrima. Olhos e bocas abrem e fecham. Uns não querem abrir, são cegos. Quem vê, vê tudo e tudo não é só o que se vê. Tudo também é sentido, sentimento. Lágrimas nem sempre doem. Nada dói. O nada dói mais que a lágrima.
Escrito por Rafael Franco

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Sobre uma manhã de domingo

Encostado na parede amarela. Manhã de domingo. Encostado de costas para a janela. Ao lado da janela. Penetrando os olhos e o corpo em idéias. Lendo ‘Lavoura Arcaica’. Tentando entender. Tentando entender um pouco e assim o suficiente, para acalmar minha excitação. Dessas coisas não se entende tudo. Só o necessário. É tudo sensorial. Eu captava os sinais, os sentimentos com antenas vivas. Veio uma idéia, do nada, no meio da leitura. Vou escrever um texto sobre a festa. Odiei a festa e minha namorada pediu para eu buscar um refrigerante. Eu não queria sair da mesa, sozinho e enfrentar aqueles estranhos. E ter que andar sozinho, e passar por olhares e vozes, e não poder ouvir o que dizem e não poder ouvir o que pensam. Pedi para ela ir comigo, enrolei, pedi de novo. Não! Não era a resposta. Enquanto pensava em escrever isso, ouvi vozes no outro cômodo da casa, era uma discussão. Familiar, era a mesma discussão sempre. O mesmo assunto, as mesmas acusações, o mesmo diagnóstico. O cérebro confuso não centralizava os pensamentos. Concentração. Fingi que não ouvi nada. E naquela festa o refrigerante trouxe mais do que gás e açúcar. Estava gelado e a noite era escura. Era o fim. Era talvez um teste de submissão. Ela está sempre me testando, para saber até onde ela pode ir. Mas só o teste já é ir longe demais. E quando deixei aquela mesa para buscar o refrigerante, eu também a abandonava em segredo. E a sentia longe. O começo era incerto e o fim, e o perigo do fim? O caminho era mais longo sozinho. Talvez se ela estivesse do meu lado nada disso estaria acontecendo. E nada estaria claro agora. Ainda estaria entorpecido. Ela havia fumado maconha naquele dia, mesmo sabendo que eu odeio. Odeio fumaça, odeio isso porque já tenho fogo e fumaça demais aqui dentro. Já estava acabando há dias. No sexo ela gozava quatro vezes e eu nenhuma. Não sinto o calor daquele corpo. E a frieza da lata de refrigerante, e o peso da lata. Alguém bateu na janela. Era a voz da discussão que havia ocorrido minutos atrás no cômodo ao lado. Ela vinha para tentar tapar buracos. Os ecos da discussão ainda permaneciam e o choque do corpo com o eco me causou um choque. E a leitura interrompida. A festa estava acabada. Estava decidido, eu precisava ir embora. Era o fim do sexo novo, sexo com detalhes, sexo temperado. Era o fim dos abraços e do apoio mutuo. E a amizade? Aquela discussão não discutida era insistente e eu ainda ouvia vozes. Discutir é necessário. O cansaço de sempre ver e sentir o mesmo problema. O mesmo defeito. A manhã de domingo era nebulosa, gritos e uivos lá fora. Som alto. Domingo santo. Terminei o livro. Deixou meu peito cheio de dúvidas e novas certezas. Guardo a decisão lá dentro. Esse fim doeu em mim, porque eu soube que era o fim primeiro. No momento que eu levantei para comprar aquele bendito refrigerante. Esse fim,será minha arma. Toda vez que fizermos sexo eu vou me lembrar dele, e assim alcançarei o gozo. E quando ela estiver distraída pedirei para ela comprar algo. E quando ela voltar, só irá encontrar os restos do gás do refrigerante frio. E o oco, o vazio que deixei. Enquanto penso nisso as soluções fáceis me fogem e despenteio os cabelos para pensar mais e melhor. Sei que é o fim, sei que preciso ir agora. É tudo uma grande paca teatral. Isso ficou claro entre ruídos de lembranças da festa, do livro e das discussões evitadas, da fala não dita. Vendo isso que escrevo penso, percebo como pequenas coisas afetam tudo. É o acumulo de erros insignificantes. É o acumulo de tempo perdido. Amanhã vou devolver esse livro e pensar na proposta indecente que ela me fez. Penso que sou cruel, maldoso. Mas só possuindo ele é que me sinto seguro. Só tendo o fim comigo, só tendo a certeza de que quem dirá a última palavra sou eu. Minhas costas estão frias por causa da parede amarela. Preciso me aquecer e ver como anda a ressaca dela, a minha já passou e eu nem senti dores. Se tive já curei, ou aprendi a viver com elas. Ouço alguém varrer aquele cômodo que antes assistiu a discussão e depois ficou vazio, e agora é limpo por mãos que não vejo, por mãos que não sei se são boas ou más. E agora há o silêncio.
Escrito por Rafael Franco

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Don't Smoke.

Na ponta dos dedos amarelados da mão esquerda estava um cigarro quase inteiro. A moça chupava o cigarro como se fosse um ato sexual e quando fazia isso a luz na ponta do cigarro ficava mais intensa.
No escuro ali jazia sozinha com medo de esperar demais e perder alguma coisa.
Pensou em jogar o cigarro fora, mas desistiu e tragou. Havia sombras, vultos e talvez olhares ocultos. A fumaça subia e se espalhava lá no alto.
Ela nem notava, estava apreensiva e queria roer as unhas. Não podia por causa do cigarro, ou se faz uma coisa ou outra. Vinha lá de dentro algo novo, novo no momento porque o sentimento era reconhecível, era antigo e crônico. O cigarro já quase no fim. Era fome ou sede, ou vontade, porque qualquer vontade é fome. A solução é saciar as vontades.
O cabelo curto rasgado á navalhas e bagunçado não se movia com as provocações do vento. E a luz do poste não iluminava o suficiente para se ver o que se quer.
A espera se tornava obesa. O peso não era visível, nem o formato. Não era palpável e se mantinha ali logo embaixo do umbigo. Ânsia de saber tudo, de ter tudo, de alcançar tudo.
Não sentia frio, nem medo. O calor do fogo da ponta do cigarro parecia ser o fogo dela. Sugava a fumaça faminta e algo em seu útero mantinha-se aceso.
Entre as pernas uma abertura que era secreta e que revelaria a quem tivesse a mesma fome e a mesma força que ela. Tem coisas que são só de uma pessoa e mesmo quando se dá ainda é nosso. E se a coisa for muito nossa quando se dá o outro tem uma parte de nós e irá lembrar sempre, ou irá sofrer, ou rir, ou nem se importará.
A abertura guardava suas verdades e suas vozes. Seu livro deveria ser lido por alguém inteiro, como ela, que era inteira em tudo. Intensa nas pequenas coisas, no chute e na respiração agora ofegante. Era extremamente inteira como uma pessoa deve ser. A entrega tem que ser absoluta. - Ele não vem! Disse com uma voz seca e inaudível até para ela mesma. Porque tem verdades que sabemos, mas não queremos ouvir, nem falar em voz alta, nem imaginar, porque é duro. E às vezes nos enganamos fingindo não ver verdades que quase sempre estão expostas e acessíveis a olho nu.
Era o fim da rua, perto da esquina. A luz não mostrava tudo e a visão era prejudicada.
Os dedos amarelados soltaram o cigarro que caiu no chão. A chama ainda permaneceu acesa por alguns instantes e logo se apagou.

Escrito por Rafael Franco

terça-feira, 23 de junho de 2009

Sobre fome, fé e o que for preciso.

Aquela pessoa de fé cega disse que sou maçã. Disse também que há coisas que são proibidas. Falou de um livro ancestral que pelo que percebi é como um manual de instruções para ele. E talvez por eu não seguir o que está escrito em um livro que já era para ter sido deteriorado pelo tempo, ele me julga inferior. Não jogo lixo no chão, nas ruas. Sou bom (na medida do possível). Acho que tenho o mesmo direito do que qualquer um. Não ando com pescoço de girafa, pelo contrario ando até meio soterrado. O mais básico é a fome e o sexo. A fome tem amplos e diversos significados - Fome de mundo. E naquela sala onde na TV passava outro reality show a discussão inflamava. Sou ateu, não acredito em tudo. E claro que tenho fé, pois fé é vital. As novas invenções se tornaram cada vez mais essenciais. Na internet falam o que estão fazendo – coçando o saco. E tudo começou pela web. Ele continua a afirmar que sou maçã, que sou um teste para provar sua fé, que sou um brinquedo das forças inimigas, que sou... O seu medo era maior que as palavras e sua boca começava a mudar de cor, tremer. Eu tinha fome e ele também. Mas a fome viva, a fome não saciada se dilata e ocupa o corpo como se fosse outro corpo. Outro eu mais monstro, mais cru, mais humano. Sendo humano cometo erros e gosto. Não só pela diversão do tiro torto, mas pelos remorsos. As vezes a dor faz falta, o sofrimento de algo que falta. A vida é um grande emaranhado de conclusões, dúvidas, cabeças, cornos e patas colidindo. Necessidade vital: Fome – Come a vida! Se engasgar cospe e come de novo. Aquele velho livro mofado, não me diz nada e se tento tocá-lo as páginas de desintegram. Nada ali é útil para mim. Sempre pensei que não usasse muletas por não ter religião, a escrita é minha muleta. Ando capengando. A vida é para ser vivida, sentida e nada do que foi escrito há milênios me fará evitar ou mudar, como penso como vivo ou como me alimento.

Escrito por Rafael Franco

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Asfixia Generalizada


Elevador (eleva-dor), apartamento, engarrafamento. Asfixia generalizada, hipocrisia generalizada.


Tudo em potes


- Vende-se ar enlatado!

- Vende-se ar em conserva!

Velejando pelo ar áspero, arenoso e pesado dessa região que também é Brasil.

Conversa paralela entre interlocutores ocultos; Ouço vozes...

- Já chegaram? Estão atrasados?

6:30pm / Am / Fm ... O PM chegou desarmado.
Ansiedade incontrolável, a espera de algo que talvez seja inteiro (inteiro só meu).
Pelo menos se fosse o começo de algo.
Colarinho apertado
Como se usasse coleira. Como se pertencesse a alguém. Como como se nunca tivesse comido.
Sinto fome no útero que nem tenho.
Epidemia, pandemia, pantomima.
Novas narinas procuram o prometido novo ar. Mas nem há.


Nem A nem R ...


n

a

d

a.


Escrito por Rafael Franco

quarta-feira, 27 de maio de 2009

MANIFESTO

Ainda nem sei sobre o que quero falar (escrever).
É um fluxo inevitável:
Pensamentos;
Sentimentos;
Palavras;
Sangue.
Corre por todo corpo.
É como caçar leopardo no mangue.
Só o que encontro são beliscões e lama. Terra negra, barro.
Sujo-me porque assim me sinto mais eu.
Quero ver (ainda não vi) algo novo. Nova arte. Nova estrutura pura dura urra de palavras.
Não qualquer coisa, que qualquer eu faria.
Quero algo novo mesmo, algo que arranque os olhos de surpresa.
Nova semana de arte moderna, pós-moderna.
Nova revolução interna e externa.
Anarquismo!!!
Voz é o eu quero. Eu mesmo sou gago e repito a mesma sílaba vária e várias vezes:
Cú – Cú– Cul– Cultura!!!
Cadê o novo?
Ahhh... de novo não!
As vezes é preciso ser pretensioso, afinal despretensão fajuta é pior.
É preciso desprender (é isso o que estou tentando fazer agora).
Vomitar
Cuspir
Limpar-se
Cortar as unhas.
O que sobrar é a arte. Não! A sujeira é a arte! É a arte da realidade, de dizer o que realmente está entalado.
Não à rebeldia gratuita. É preciso ter algo a dizer. Não à rebeldia controlada!
- Vai se foder PORRA!
Não são só gritos, nem só arranhões. Além da voz e do soco. É necessário encontrar sua própria língua. Idioma da alma, do fundo interno mais estranho e por isso novo.


Escrito por Rafael Franco

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Dúvidas Aglomeradas, Respostas Fragmentadas.

É assim. Assim não! Assim é simples demais e nada por aqui é assim simples demais. Não são só dúvidas. São mistérios e tropeços que se moldam formando um lençol áspero que é a vida (para alguns). Como seres desprezíveis podem tirar a vida de seres maiores, seres semi-invisíveis; bactérias, vírus. Comida de vaca é capim. Comida não é só alimento. E alimento não é só comida. Tem fome?Come! Quer entender a si mesmo? É preciso devorar, ser devorado. Devorar-se. A galinha em cima do muro, só quem viu é testemunha. Aquele pescoço se movimentando rapidamente, calculando a distancia entre o muro e o telhado da casa. O olhar e o pescoço apontando para vários lugares, vendo o muro e o telhado de vários ângulos. Tentando entender. Depois de algumas ameaças ela pula e bate na parede, depois caí. Depois da queda ela defeca. A queda nunca vem sozinha. A queda não é o pior, o pior é a bosta. Vozes do alto (do além). São só dicas, tudo é dica. É preciso ser ágil para juntar tudo e transformar migalhas em informação. Partículas em fatos. Basta ver de longe para criar a idéia. A idéia com objeto distante (quase sempre) não é clara. Só de perto podemos ver melhor, só tocando. Consumindo, acumulando momentos. Não! Nada é concreto. Perto demais ficamos cegos, às vezes é o oposto, é preciso se afastar para ver.

Escrito por Rafael Franco

terça-feira, 12 de maio de 2009

Abutres


Manhã cinzenta
Urubus famintos devoram
um cão morto.
Eis a Revelação:
Todos são Urubus
uns são discretos
outros não
Mas todos têm sangue nas mãos.


(A respeito da foto.
Um dia estava caminhando e tirando fotos e por sorte encontrei esta cena pitoresca).
Escrito por Rafael Franco

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Sou uma cadeira

Imagine uma mesa. Não. Imagine uma cadeira. Não! Não estou conseguindo. A idéia me diz e não consigo contar. Tento traduzir rápido, mas muito se perde.
Voltando as mobílias;Só toquei nesse assunto para vocês entenderem o quão medíocre eu sou (e me sinto). Enquanto eu paro, os outros passam (ou pior enquanto eu paro os outros sentam em cima). Minha utilidade é inútil para mim.
Escrito por Rafael Franco