segunda-feira, 4 de abril de 2011

Sobre o fim


Estou suando de fora pra dentro e esse suor que vem do mundo me contamina todo. Confundi tudo, eu sei, mas o que vem dele me contamina tanto quanto o que vem de mim mesmo e do mundo. O que mais me incomoda é a animosidade de algumas pessoas. Sim, eu tenho medo de gente. E só não digo tudo que penso porque tenho tanto medo da verdade quanto você. Entregaria-me agora. Entregaria-me mesmo sabendo que nem sabe e, talvez, nunca saberá. Escrevo tentando decifrar o que isso tudo está fazendo comigo e se é tudo real. Estou me transformando e ninguém parece notar, porque estou vivendo esse sentimento inventado, que na verdade todos desconfiam mas ninguém tem certeza se existe. Esse suor que me vem do mundo está me transformando em algo que não sou e talvez seja mais eu do que eu mesmo. Fui eu que inventei tudo. O romance nunca existiu e sou eu que vou ter que acabar com ele. Não ouvi muito bem o que disse, por conta do álcool, do suor e de toda aquela gente sedenta por um pedaço de qualquer coisa que seja vida ou felicidade. Mas se ouvi direito, eu morri, e enterrei junto o que sentia.

6 comentários:

  1. Você tem me surpreendido cada vez mais. Minha admiração por ti só cresce rs Tudo muito bonito.
    "O romance nunca existiu e sou eu que vou ter que acabar com ele." simplesmente genial!

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  2. Sinceramente fazia tempo que nao via uma publicação tão boa como essa me lembrou os primeiros poemas que vc escrevi que eram exelentes.

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  3. a carência faz a gente se entregar rápido haha
    tá tudo muito lindo, Rafa.

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