segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Lei da gravidade

Invejo ele por não ter aquele corpo. Por não ter aquela combinação entre olhos, nariz e boca. Por não receber tanta atenção. Invejo a pele, o sorriso, os braços e o tronco. Levo a sua morte em meus braços. A morte dele é previsível. Tudo que é e esta por aqui sofre as penas da lei da gravidade. Cuidado com a cabeça quando estiver sentado embaixo de uma árvore. O que de melhor tenho não está visível, talvez eu perca por isso. O que de melhor tenho não é perecível. Dispenso superfícies ocas porque um dia aqueles belos frutos maduros cairão.
Escrito por Rafael Franco