quarta-feira, 27 de maio de 2009

MANIFESTO

Ainda nem sei sobre o que quero falar (escrever).
É um fluxo inevitável:
Pensamentos;
Sentimentos;
Palavras;
Sangue.
Corre por todo corpo.
É como caçar leopardo no mangue.
Só o que encontro são beliscões e lama. Terra negra, barro.
Sujo-me porque assim me sinto mais eu.
Quero ver (ainda não vi) algo novo. Nova arte. Nova estrutura pura dura urra de palavras.
Não qualquer coisa, que qualquer eu faria.
Quero algo novo mesmo, algo que arranque os olhos de surpresa.
Nova semana de arte moderna, pós-moderna.
Nova revolução interna e externa.
Anarquismo!!!
Voz é o eu quero. Eu mesmo sou gago e repito a mesma sílaba vária e várias vezes:
Cú – Cú– Cul– Cultura!!!
Cadê o novo?
Ahhh... de novo não!
As vezes é preciso ser pretensioso, afinal despretensão fajuta é pior.
É preciso desprender (é isso o que estou tentando fazer agora).
Vomitar
Cuspir
Limpar-se
Cortar as unhas.
O que sobrar é a arte. Não! A sujeira é a arte! É a arte da realidade, de dizer o que realmente está entalado.
Não à rebeldia gratuita. É preciso ter algo a dizer. Não à rebeldia controlada!
- Vai se foder PORRA!
Não são só gritos, nem só arranhões. Além da voz e do soco. É necessário encontrar sua própria língua. Idioma da alma, do fundo interno mais estranho e por isso novo.


Escrito por Rafael Franco

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Dúvidas Aglomeradas, Respostas Fragmentadas.

É assim. Assim não! Assim é simples demais e nada por aqui é assim simples demais. Não são só dúvidas. São mistérios e tropeços que se moldam formando um lençol áspero que é a vida (para alguns). Como seres desprezíveis podem tirar a vida de seres maiores, seres semi-invisíveis; bactérias, vírus. Comida de vaca é capim. Comida não é só alimento. E alimento não é só comida. Tem fome?Come! Quer entender a si mesmo? É preciso devorar, ser devorado. Devorar-se. A galinha em cima do muro, só quem viu é testemunha. Aquele pescoço se movimentando rapidamente, calculando a distancia entre o muro e o telhado da casa. O olhar e o pescoço apontando para vários lugares, vendo o muro e o telhado de vários ângulos. Tentando entender. Depois de algumas ameaças ela pula e bate na parede, depois caí. Depois da queda ela defeca. A queda nunca vem sozinha. A queda não é o pior, o pior é a bosta. Vozes do alto (do além). São só dicas, tudo é dica. É preciso ser ágil para juntar tudo e transformar migalhas em informação. Partículas em fatos. Basta ver de longe para criar a idéia. A idéia com objeto distante (quase sempre) não é clara. Só de perto podemos ver melhor, só tocando. Consumindo, acumulando momentos. Não! Nada é concreto. Perto demais ficamos cegos, às vezes é o oposto, é preciso se afastar para ver.

Escrito por Rafael Franco

terça-feira, 12 de maio de 2009

Abutres


Manhã cinzenta
Urubus famintos devoram
um cão morto.
Eis a Revelação:
Todos são Urubus
uns são discretos
outros não
Mas todos têm sangue nas mãos.


(A respeito da foto.
Um dia estava caminhando e tirando fotos e por sorte encontrei esta cena pitoresca).
Escrito por Rafael Franco

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Sou uma cadeira

Imagine uma mesa. Não. Imagine uma cadeira. Não! Não estou conseguindo. A idéia me diz e não consigo contar. Tento traduzir rápido, mas muito se perde.
Voltando as mobílias;Só toquei nesse assunto para vocês entenderem o quão medíocre eu sou (e me sinto). Enquanto eu paro, os outros passam (ou pior enquanto eu paro os outros sentam em cima). Minha utilidade é inútil para mim.
Escrito por Rafael Franco